quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ensaio – Resposta ao Tempo

Texto e desenho: Rafael Senra
rararafaels@yahoo.com.br

Qual a importância do tempo para a criação artística? Será que, assim como acontece com as frutas, a fruição estética precisa de tempo para madurar? Quais obras recentes, no universo da música pop, foram frutos de elaboração paciente e um lento processo de espera e reflexão sobre o que estava sendo feito?

A partir do exemplo recente de uma banda que perdeu seu líder, sigo com a análise de grandes discos do pop e do rock contemporâneos, para pensar sobre o tema do tempo influenciando a arte.

sábado, 6 de novembro de 2010

Leis e Cibercrimes Pensados pela Metáfora da Semiótica

Texto: Pablo Gobira*
pablogobira@cafecombytes.com


Quando estudamos semiótica, aprendemos que cada meio semiótico é determinado por diversos elementos que o diferenciam dos outros. Uma das formas de diferenciação entre eles é a mídia ao qual o sistema semiótico está submetido. 

Apesar de estar dentro do mundo e utilizado por pessoas, os meios digitais e as interações na internet alcançam uma complexidade semiótica (e não apenas semiótica, mas também social, por exemplo) que nunca atingimos antes. Por isso demandam discussões, debates e criações muito específicas para eles.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ensaio – "Poker Face": as cartas já foram dadas



Texto: Rafael Senra
rararafaels@yahoo.com.br

Nessa virada de década, o mundo anda voltando suas atenções para o mais novo (e imediato) fenômeno pop Lady Gaga. A bizarra cantora americana parece ganhar críticos na mesma velocidade em que arrebata o coração de tantos outros fãs. Ao navegar rapidamente na internet, já vi a moça ser acusada de copiar Madonna, Cindy Lauper, Nina Hagen, Cher, Fred Mercury, David Bowie, Grace Jones, Elton John... isso só pra ficar com alguns. É muita gente.

Em uma entrevista recente, a moça tenta se safar das acusações de imitadora de Madonna e outras divas, com uma justificativa até interessante. Na verdade, ela não nega a falta de originalidade, mas argumenta que essa mistura inusitada de tantas fontes nunca tinha sido feita antes.

            Na verdade, mesmo não gostando da música de Gaga, penso que ela simboliza um elemento que será recorrente nesse século que se inicia: o da originalidade através da mistura.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ensaio - Dissolver o quê??



Texto: Rafael Senra
rararafaels@yahoo.com.br
Imagem: auto-retrato, de Pablo Picasso

Não vou dizer "atualmente", mas já faz um tempo que andam surgindo um bocado de artistas metidos a experimentais. Não vou citar nomes, porque de tantos nomes pipocando por aí, o leitor certamente irá imaginar alguns exemplos.

E o mesmo leitor há de concordar que ele mesmo já se pegou pensando - depois de ouvir um disco cheio de ruídos e distorções ou de ir em uma exposição de sacos plásticos ou privadas vendidas como arte – algo do tipo "poxa, mas será que isso é algo realmente bacana, ou é um atestado de falta de talento?"

Pensando nisso, é que escrevi o presente texto, onde comparo a obra de uma banda e um cineasta que ficaram conhecidos como "experimentais", mas que, no pé da página de suas carreiras, há exemplos belíssimos de obras lineares e impecáveis, coesas e sem nenhuma afetação. Ou seja...

É preciso saber construir para poder desconstruir?

domingo, 4 de julho de 2010

Ensaio - A Vitória do Coletivo



Texto: Rafael Senra

Quando me cobraram um texto sobre a copa para postar no blog, confesso que respondi educadamente sobre a idéia enquanto a descartava em minha cabeça. Não é pouco caso, é que simplesmente não me sinto confortável em escrever sobre futebol. Meu conhecimento do assunto é tão parco quanto o do Tarzan ä respeito da vida urbana.

Entretanto, hoje li um artigo muito bom na internet comparando Brasil e Argentina, que apesar da rivalidade estúpida, se aproximaram nas semelhanças entre as derrotas. Dois técnicos ex-jogadores, que quiseram mostrar personalidade ao mundo, afrontando as opiniões aparentemente óbvias de seus conterrâneos e tentando vencer os desafios à sua maneira. Todo esse egocentrismo e esse salto alto, porém, não foi capaz de driblar uma derrota amarga, para ambos os lados. A individualidade exacerbada sucumbiu ao esforço coletivo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Falaram que Glauber Rocha é uma merda

Falaram que Glauber Rocha é uma merda
Mas que casseta! Isso é plágio!

Texto: Pablo Gobira
pablogobira@cafecombytes.com

A verdade é que fui eu quem disse primeiro. Disse que Glauber Rocha é uma merda pelos mesmos motivos que Marcelo Madureira. Segundo ele, as produções eram “mal filmadas, mal dirigidas, onde tudo parece ser feito meio nas coxas e com umas alegorias, por vezes, primárias” (Globo, 11/04/2008). Esse cara me plagiou.

A diferença entre o que disse Madureira e o que venho pensando em diversas páginas é que, contemporaneamente, essas características não apontam para o “ruim”, mas para a novidade e o comum: o que há de mais “novidadesco” nas produções. Glauber Rocha, então, seria o que ele mesmo sempre imaginou: um profeta.

sábado, 22 de maio de 2010

Ensaio - Para uma visão holística da balada




Texto: Guilherme Pereira Claudino e Gabriel Abílio (27/01/2010)
(originalmente publicado no blog Café Bossa Nova)   
Ilustração: Rafael Senra

Recentemente fiz trabalho de campo com meu parceiro de pesquisa do Departamento de Pesquisa em Comportamento da Universidade do Campo das Vertentes, Gabriel Abílio. Temos desenvolvidos vários trabalhos em conjunto, tendo como áreas de interesse as noites Sanjoanenses e as relações de afetividade tecidas durante as mesmas.

Através de uma metódica observação encontramos um fenômeno interessante durante as “festas”: A perigosa e poderosa força feminina de controle e dominação do ambiente, que tem como contraste a incapacidade masculina de visão de totalidade da balada.